A pequena vantagem da lista de António Costa sobre a coligação da direita em Lisboa deixa muitíssimo claro que só a pensada e difícil decisão do Movimento Cidadãos por Lisboa, decisão que apoiei, evitou que ontem nos tivéssemos deitado com um enorme susto: o regresso de Santana Lopes à presidência da Câmara de Lisboa. O acordo “coligatório”(1) não só transferiu para a lista de António Costa a maioria dos votos dos Cidadãos por Lisboa (10% em 2005 e as sondagens antes da decisão davam-lhe entre 7 e 8%) como mobilizou um significativo número de votantes da CDU e do BE a votarem em António Costa para a Câmara, mantendo o seu voto partidário na Assembleia Municipal e nas freguesias, o que explica que quer a CDU quer o BE tenham significativamente mais votos nestas estruturas do que obtiveram para a Câmara.
Como conseguirá Helena Roseta capitalizar esta vitória política? E, sobretudo, conseguirá o Movimento Cidadãos por Lisboa deixar o seu cunho de uma democracia participativa e próxima das populações na gestão da CML? Se o não fizer, o Movimento Cidadãos por Lisboa pode morrer, asfixiado pelo poder do PS – naturalmente a força partidária dominante na coligação vencedora.
Tudo tentarei para que tal não aconteça. E que esta vitória da “esquerda possível” em Lisboa (o PCP e o BE não quiseram que ela fosse maior e “mais esquerda” – um erro crasso) não signifique o fim do MCL, antes o reforço da sua forma de agir. Este é o grande desafio lançado a Helena Roseta – talvez a grande vencedora destas eleições autárquicas em Lisboa.
(1) Espero que a Assembleia da República ponha fim a esta legislação absurda que impede coligações entre partidos e movimentos, por mais representativos que estes sejam. E que aplique aos movimentos políticos as mesmas regras de financiamento que aplica aos partidos políticos. Não se trata de ser contra os partidos mas sim contra a monopolização da vida política pelos partidos.
Oxalá tenhas razão mas a verdade é que vai ser muito difícil que o leão não feche a boca em que a Helena Roseta foi colocar a cabeça. É da natureza das coisas: ou desaparecem ou tornam-se irrelevantes os movimentos / personalidades que se encostam aos grandes partidos.
ResponderEliminarÉ verdade que houve um grande susto com a possibilidade (creio que real) de eleição do Santana Lopes mas era bem possível evitá-la votando noutros partidos e evitando a maioria absoluta do António Costa que, convenhamos, não augura nada de bom para Lisboa. Basta ver a trapalhada do alargamento do porto de Lisboa e da altura máxima da parede dos contentores (uma parede com um "limite" de 15 metros - 5 contentores).
Concordo com o comentário anterior.
ResponderEliminarPedir/exigir a um candidato independente, ainda que se trate de Helena Roseta, para que atenue os efeitos de uma vereação presidida por António Costa é uma forma muito airosa de sacudir a água do capote.
Votamos socialista para impedir que ganhe o “Santana”? Não importa, porque os independentes farão o “papel” da CDU e do BE.
Se recordarmos a “viagem” de José Sá Fernandes, penso que todos poderão ficar “descansados”. Ou seja, nas próximas eleições – a haver conversações - estas já não serão com Helena Roseta.
Estou a ser injusto? Quem me dera que fosse o caso.
Vamos esperar que a realidade, consubstanciada (para já) - nos contentores de Alcântara, fale por si.
Entendo todos os comentários. Apenas pedimos que nos dêem o benefício da dúvida. E o tempo para mostrar que não mudámos. E, por vezes, é mais possível influenciar estando mais perto, do que estando estando muito longe.
ResponderEliminarUm CPL
Acredito que o Prof Nunes da Silva mantenha a verticalidade que tem, e como já demonstrou aquando foi assessor do Eng Machado Rodrigues, nem que para isso tenha de bater com a porta...
ResponderEliminarO PS não vai comer os CPL!!!
O Costa vai ter um osso duro de roer.