Pensadas nos doces gabinetes norte americanos e europeus como meio de legitimar o poder que os "ocidentais" tinham imposto, colocando na presidência o sr Karzai, as eleições no Afeganistão ameaçam mergulhar aquele país num caos de violência ainda maior do que já existe, deixando prenúncios de uma derrota militar e, sobretudo, política, dos exércitos da NATO.
Num país onde as comunicações entre povoados dispersos por enormes montanhas e desertos são particularmente difíceis, com uma economia baseada no cultivo do ópio, e sobretudo com o território dividido por senhores da guerra, cada qual com o seu feudo, querer realizar eleições tipo europeias só poderia conduzir ao que agora se vive: cada um dos candidatos acusa os outros de fraude generalizada - que as forças internacionais comprovam -, os resultados anunciadas e que eram os que mais interessavam ao "ocidente", dando a vitória absoluta ao seu candidato Karzai podem vir a ser anulados e , pasme-se, pretende realizar-se uma 2ª volta. Que, a realizar-se, terá os seus resultados tão contestados como a 1ª. A violência crescerá exponencialmente, a situação militar e política das tropas ocidentais agravar-se-á, a instabilidade e a violência alastrarão aos estados vizinhos, nomeadamente ao Paquistão. Mais uma vez se evidencia que a intervenção militar nada resolve e só agrava os conflitos. Foi assim no Iraque, está a ser no Afeganistão, será no Irão... Já é tempo de aprendermos a não embarcar em aventuras de consequências trágicas.
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