segunda-feira, 19 de outubro de 2009

SARAMAGO

Sempre tive apreço pelos iconoclastas. Admiro quem com clareza e fundamento ataca “os bois intocáveis”. Por isso, e limitando-me ao que li na comunicação social relativamente ao seu discurso em Penafiel, não posso deixar de apoiar Saramago: a Bíblia é mesmo um livro de muitos maus exemplos, de histórias e moralidades que não ensinamos aos nossos filhos. Não é só isso. Mas é importante dizer que também é isso. É certo que as igrejas têm sempre enormes dificuldades em confrontar-se com a verdade; por isso mesmo é preciso dizer-lhes o que elas não gostam de ouvir.

2 comentários:

  1. Concordo plenamente.
    As religiões, todas elas, olham primeiro para si – ou para Deus - e só depois para o Homem.
    Acontece que o Homem existe mesmo, enquanto que Deus faz por existir, ou alguém tenta que Ele exista mesmo.
    As religiões foram e continuam a ser castradoras da inteligência do Homem. A História está repleta de exemplos.
    Continuam a praticar-se as maiores atrocidades em nome de um qualquer deus.
    Penso que a Bíblia não pode ser nunca um livro sagrado. Alguém acredita que, ao fim de tantos anos, ela não foi escrita e reescrita de modo a reforçar o poder dos papas e dos seus acólitos?
    …e essa de manterem que Deus fez o Homem à sua imagem e semelhança faz pensar, se depois nos lembrarmos de Charles Darwin.
    Mas como disse José Saramago, o mal de tudo isto foi Deus ter feito o Universo em seis dias, descansou ao sétimo e depois nunca mais fez nada.
    Os resultados estão à vista de todos…

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  2. Avelãs, gostando, como afirmas, tanto de iconoclastas, vais passar a gostar de Bento XVI!!!

    Ora vejamos: hoje o DN online afirma em primeira página: "Vaticano abre portas a padres já casados. A decisão do Papa Bento XVI criar uma estrutura especial para acolher anglicanos descontentes apanhou de surpresa até os meios religiosos. A possibilidade de padres casados entrarem na Igreja Católica promete polémica dentro e fora do Vaticano."

    Eu, por acaso, entendo que a ideia de que a igreja não se renova e que é fechada à mudança pode não estar muito correcta ou, pelo menos, ter outras explicações...

    O que não disseste no teu texto é que Saramago está-se a baldar para a Bíblia ou a discussão em torno dela. Aquilo foi um golpe de marketing, e, enquanto tal, lamentável.

    Um abraço.
    João Paulo Videira
    http://mailsparaaminhairma.blogspot.com

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