O que é moda é considerar, ora com ar condescendente ou em tom agressivo, que os sindicatos são, hoje em dia, forças conservadoras, forças do passado. Os mais condescendentes até aceitam que tenham tido a sua importância, mas isso foi lá para o século XIX. Não cessam por isso de (n)os atacar. Ataca-nos o (actual) governo, apesar de formalmente ser do PS, reduzindo-nos de forma bruta e irracional os créditos para o trabalho sindical (o SPGL foi o mais visado na legislação publicada em 2009 – e não é difícil perceber porquê). Ataca-nos a sr.ª jornalista Helena Matos, no Público, considerando que o governo ainda nos devia reduzir mais os créditos (eventualmente até zero), usando aliás a estratégia das meias verdades, mais venenosas que assumidas mentiras (ética deontológica também deve ser para ela coisa do passado). Escreve a sr.ª, num artigo contra a FENPROF, que em 2008 havia milhares de professores destacados para trabalho sindical. Esqueceu-se de escrever que, desses milhares, os sindicatos da FENPROF – de longe os mais representativos – tinham uma pequena parte e que nos últimos anos houve uma fortíssima redução, medida apoiada em 2008 e 2009 pela FENPROF…
Atacam-nos os ideólogos do pensamento único disseminando loas infundadas ao individualismo, à iniciativa individual, ao “salve-se quem puder”. Ataca-nos a direita porque insistimos em recusar o regresso ao tempo do trabalho sem direitos. Ataca-nos alguma esquerda porque não nos deixamos enlear no canto de sereia da bondade das medidas do governo contra os trabalhadores. Atacam-nos os vociferadores da “revolução já” .
A todos estes temos de dizer que estamos vivos. Dizemos-lhes que uma sociedade sem sindicatos (ou com sindicatos “ a fingir”) é uma sociedade do passado, mesmo que o tempo a coloque em 2010. Dizemos-lhes que temos força – e para isso temos de fazer um grande 1º de Maio. Vamos a isso!