quinta-feira, 12 de novembro de 2009

DEFINIR OBJECTIVOS CLAROS, NÃO SACRALIZAR PALAVRAS

São objectivos claros e imediatos dos professores (entre outros):

- construir um novo modelo de avaliação que seja prático, útil, justo e adequado para as escolas.
- rever o ECD pondo termo à divisão da carreira, redefinindo e melhorando as regras de composição do seu horário de trabalho.

Nestes pressupostos, que se conclua o 1.º ciclo da avaliação de desempenho, salvaguardando :

- que quem não entregou objectivos individuais seja avaliado — prática que um número muito significativo de escolas está já a concretizar. Foi a  resistência desses professores e educadores que tornou patente o óbvio: o (ainda) actual modelo de avaliação de desempenho é não só um completo disparate, como uma total inutilidade.
- que se corrijam os efeitos imorais da atribuição de facto aleatória (e por vezes assente em regras caricatas) dos Muito Bom e Excelente, sobretudo para efeitos de concursos. É uma questão de seriedade. A maneira mais prática de corrigir estes abcessos seria ignorar essas classificações. Poderá haver outras soluções.

Relativamente à revisão do ECD, o fim da divisão da carreira em titulares e simples professores é uma questão de saúde escolar.
Manuel Carvalho, director adjunto do Público, é um jornalista respeitado e digno. A sua crónica do dia 11 de Novembro, sob o título Nem Tudo É Mau na Avaliação, porém, não foi certamente um dos seus momentos mais inspirados. Claramente lhe digo:

1. Os sindicatos (no meu caso falo pela Fenprof) não saíram eufóricos nem com ar triunfante. Saíram apenas com a convicção de que há da parte do ME vontade séria de negociar saídas dignas para as questões em aberto. Da nossa parte, faremos tudo para que esta convicção se confirme.
2. Todos sabemos , e os sindicatos certamente melhor que ninguém, que as situações de excelência são a "excepção" e não a norma em todas as profissões. Sabemos que nem todos os docentes são excelentes. Serão até muito poucos, como é normal. O que exigimos é que sejam estabelecidos critérios claros, objectivos e justos para essa distinção. O que hoje não há.
3. Em vez de discutir se tudo é mau neste ainda actual modelo de avaliação, prefiro dizer-lhe que ele não acrescentou nada ao modelo anterior. Pelo contrário, piorou, ao fazer incidir a avaliação não nas questões pedagógicas mas em questões administrativas ou em simulacros.
 4. O ME de Maria de Lurdes Rodrigues não tratou por igual os excelentes e os medíocres porque, de um modo geral, favoreceu os medíocres.

Haverá algum mal em que estejamos confiantes de que alguma coisa vai melhorar?

1 comentário:

  1. Não há mal em estar confiante, embora no meu entender, esta postura denote alguma ingenuidade que, se não for acompanhada de muita vigilância, pode ser fatal. Tenho acompanhado com alguma atenção todo este processo, tentado ler nas entre-linhas de tudo o que foi dito e só consigo chegar a uma conclusão: o governo está a ganhar tempo. Tempo para que se consolidem as avaliações já feitas, tempo para que a AR acalme em relação ao tema, tempo talvez para a assinatura de um novo memorando ("gata" escaldada de água fria tem medo"....).... Estou descontente por o meu sindicato, que também é o seu, ter assinado um memorando no passado e gostava de ver, da parte do sindicato, uma atitude mais firme. Isabel Alves

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