sábado, 28 de novembro de 2009

Ao SUL #11















Fotografia de Felizarda Barradas, professora, dirigente do SPGL e fotógrafa. 

2 comentários:

  1. Percorro toda a distância
    que limita o meu corpo
    e não me encontro
    e, na ânsia de ser alguém,
    de sentir vida,
    procuro a minha existência perdida
    na solidão que me acorrenta
    mas que desejo,
    esquecedo-me no silêncio
    desta terra enorme, que é a minha,
    O Alentejo!

    João Belém

    ResponderEliminar
  2. Árvores do Alentejo

    Horas mortas... Curvada aos pés do Monte
    A planície é um brasido e, torturadas,
    As árvores sangrentas, revoltadas,
    Gritam a Deus a benção duma fonte!

    E quando, manhã alta, o sol posponte
    A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
    Esfíngicas, recortam desgrenhadas
    Os trágicos perfis no horizonte!

    Árvores! Corações, almas que choram,
    Almas iguais à minha, almas que imploram
    Em vão remédio para tanta mágoa!

    Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
    Também ando a gritar, morta de sede,
    Pedindo a Deus a minha gota de água!

    Florbela Espanca

    ResponderEliminar