Na encosta duma serra havia um carrascal Onde crescia o tôjo, a esteva...um matagal. Um dia entrou com ele a foice roçadoura, Meteram a charrua e fez-se-lhe a lavoura. Foi revoltada a terra e feita a sementeira.
Algum tempo depois já parecia um mar, O vento sobre o trigo, ao longe, a ondear.
O trigo foi crescendo, e a espiga bem dourada Com o calor do estio em pouco foi ceifada.
E produziu bom pão o terreno maninho Onde apenas crescia a urze e o rosmaninho!
Agora, quando olho essa encosta da serra, Vejo, que é uma lição que nos ensina a terra. A sociedade é o monte: a escola é o arado. Quando abrirdes o sulco, olhai vá bem guiado. Depois é semear. Será bela a colheita Se a semente for boa e a lavra for bem feita!
Tabém hão-de dar pão essas novas searas. E também darão luz à humanidade inteira.
CULTURAS NOVAS
ResponderEliminarNa encosta duma serra havia um carrascal
Onde crescia o tôjo, a esteva...um matagal.
Um dia entrou com ele a foice roçadoura,
Meteram a charrua e fez-se-lhe a lavoura.
Foi revoltada a terra e feita a sementeira.
Algum tempo depois já parecia um mar,
O vento sobre o trigo, ao longe, a ondear.
O trigo foi crescendo, e a espiga bem dourada
Com o calor do estio em pouco foi ceifada.
E produziu bom pão o terreno maninho
Onde apenas crescia a urze e o rosmaninho!
Agora, quando olho essa encosta da serra,
Vejo, que é uma lição que nos ensina a terra.
A sociedade é o monte: a escola é o arado.
Quando abrirdes o sulco, olhai vá bem guiado.
Depois é semear. Será bela a colheita
Se a semente for boa e a lavra for bem feita!
Tabém hão-de dar pão essas novas searas.
E também darão luz à humanidade inteira.
Abri a terra, Abri. Fazei a sementeira!
Alda Guerreiro Machado
(1910)