domingo, 1 de novembro de 2009

CARVALHO DA SILVA TEM RAZÃO

A nomeação de Valter Lemos para Secretário de Estado do Emprego não pode deixar de ser entendida, se não como uma provocação, pelo menos como uma péssima notícia para os trabalhadores e para o país. Que se saiba, não lhe é  conhecida nenhuma especial aptidão técnica para tal cargo. Era suposto que a tivesse para o campo da Educação onde "exerceu" no governo anterior. Era suposto, uma vez que era docente do ensino politécnico, doutorado em Ciências da Educação. Era suposto, mas o que o sujeito demonstrou foi uma completa incompetência, fruto de uma ignorância do terreno que pisava. Dir-me-ão que isso da "competência técnica" é secundário, que o que interessa é o perfil político. Não alinho nesse simplismo (que na área da Educação tem dado maus resultados), mas enfim, concedamos!
O pior é que, quanto a perfil político, Valter Lemos demonstrou ter o perfil adequado para nunca exercer qualquer cargo político. Valter Lemos é incapaz de dialogar, é rancoroso para quem se lhe oponha, revela uma total falta de respeito para com os seus interlocutores. Este é o senhor para quem os docentes que desde sempre denunciaram o disparate que era o modelo de avaliação eram simples "professoreszecos" — de fonte parlamentar: foi nestes precisos termos que se dirigiu aos deputados do seu partido que lhe pediram uma explicação sobre o que se estava a passar. Valter Lemos é o sujeito que, em plena greve dos professores, mentiu na televisão sobre as faltas dos docentes de modo a criar na opinião pública a imagem de que os professores eram uns "baldas". Valter Lemos é o sujeito que, no termo de um "Prós e Contras" se me dirigiu — eu estava em representação dos professores — em termos de um soez arruaceiro. Costumávamos dizer, nós os que reuníamos com Jorge Pedreira, que o que nos valia era o nosso interlocutor não ser Valter Lemos, porque se assim fosse algo de muito anormal e inconveniente poderia ter acontecido!
Mas se assim é, o que justifica a sua nomeação para o cargo de Secretário de Estado?
Sinceramente, acho que tenho a explicação: houve que o recompensar pelo zelo e rigor que pôs na execução das ordens que recebia do primeiro-ministro. O servilismo, mesmo que acrítico, deve ser recompensado. Pobre país que assim funciona!

Sem comentários:

Enviar um comentário