Sei que este tema é já velho. Mas não consigo ficar indiferente à noticia publicada no Público do dia 26 de Novembro (pg. 15): "Londres sabia que Saddam não tinha quaisquer armas". E o artigo esclarece que um alto funcionário do Ministério de Negócios Estrangeiros britânico afirmou à comissão de inquérito que o governo britânico soube poucos dias antes da invasão do Iraque que aquele país não possuía quaisquer armas de destruição maciça — o pretexto oficialmente invocado para a agressão àquele país. Como o sabiam os Estados Unidos. Um conjunto de chefes de estado (além de Tony Blair e G.Bush, também o português
Durão Barroso e o chefe do governo espanhol) decide mentir — e sabiam, pelos vistos, que estavam a mentir — ao mundo para atacar um país, o Iraque. Sabe-se com que resultados: milhares de soldados americanos, ingleses e de outros países e milhões de iraquianos (civis e militares) mortos, um país reduzido a destroços e sujeito a uma interminável guerra civil. Se uma decisão deste tipo fosse tomada pela Sérvia, por exemplo, teríamos estes responsáveis julgados no Tribunal de Haia por crimes de guerra. Como se trata de dirigentes de países "ocidentais", em vez do tribunal, Durão Barroso foi promovido a principal dirigente da União Europeia e os restantes continuaram a tratar das suas vidas e dos seus países.
Haverá quem insista : tratava-se de derrubar um ditador. Falso argumento: o ditador Saddam não o era mais que o seu congénere da Arábia Saudita ou do invadido Koweit. E os norte-americanos não têm por tradição derrubar ditadores: costumam impô-los e apoiá-los (o Baptista de Cuba, os Strossner do Paraguai, os Duvalier do Haiti, os Somoza na Nicarágua, o Pinochet do Chile,... e muitos outros).
Só são criminosos de guerra ou os que são derrotados ou os mais fracos. Uma réstia de esperança na verdade: a mesma notícia informa que as famílias dos 179 britânicos que morreram na guerra querem interrogar Tony Blair...
O próprio poder norte americano manteve no passado ( quando lhes interessava ) uma boa "amizade" com o Saddam!
ResponderEliminarOs interesses pessoais passam por cima de tudo e todos: é o mundo em que vivemos, é a assim a nossa sociedade.
Infelizmente não são só os políticos e os bancários a não ter escrúpulos nem dignidade. A diferença esta na capacidade de impacto que este tipo de gente tem neste mundo.
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