quarta-feira, 4 de novembro de 2009

AS ESCOLAS DEVEM ESTAR SEMPRE PRIMEIRO

Acabei de ler no Sol on line uma síntese da intervenção com que Aguiar Branco encerrou um encontro que o PSD promoveu sobre Educação. Referindo-se à questão da avaliação de desempenho dos professores, Aguiar Branco considerou útil suspender o actual simplex, abrir negociações (presume-se que  entre o Ministério da Educação e os sindicatos) que conduzam à construção de um novo modelo e que se crie junto da A.R. um grupo para acompanhar a sua concretização. E disse que iria propor estas medidas ao PS.
Parece-me um bom arranque, embora pense ser difícil construir e negociar um novo modelo em 30 dias como ele propõe.
O que justifica que o PS não aceite uma proposta destas? Apenas uma falsa questão de princípio: ela significaria uma derrota política do PS. Falsa questão: o que será uma pesada derrota para o País é insistir num modelo de avaliação que não serve rigorosamente para nada, a não ser para infernizar o ambiente nas escolas. Temos ultimamente ouvido repetidas vezes, como argumento para defender o actual modelo, que "já há milhares de professores avaliados e que uns 2.000 até tiveram excelente!" Só que essa não é questão. O que deve ser investigado é se a avaliação desses milhares  melhorou o que quer que seja na vida das escolas, sobretudo nas práticas pedagógicas. Tenho cá para mim que na maioria das escolas foram os que reconhecidamente são os melhores professores os que se recusaram a alimentar uma farsa eticamente insuportável.
A avaliação de desempenho dos docentes é inevitável, devendo ser acompanhada da avaliação das escolas e do sistema educativo. Além de inevitável, tem de ser útil e justa.
O pior que pode acontecer às escolas é que esta indefinição se arraste. Se assim for, não resta aos professores outro caminho que não seja o de regressarem às ruas e à contestação. Seria útil para as escolas que tal não fosse preciso. Mas se for preciso, não culpem os professores!

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