quinta-feira, 19 de novembro de 2009

CONSTRUIR O FUTURO NAS NOSSAS ESCOLAS

O "enterro" daquilo que erroneamente foi chamado "modelo de avaliação dos docentes" foi decretado ontem, 18 de Novembro, pelo Ministério da Educação. O próximo "ciclo avaliativo" terá novas regras, novo modelo, nova configuração. E por isso o ME informou as escolas de que não devem por em prática nada do que estava previsto; que aguardem. Muito importante também foi a decisão de que os professores e educadores que não entregaram os "objectivos individuais" serão avaliados como os outros. Resta por resolver a questão não despicienda do efeito do"muito bom" e do "excelente" para concurso, situação que, em nome da justiça, deve ser anulada.
Estas decisões, independentemente do que o futuro nos reservar, significam uma grande vitória dos professores e dos seus sindicatos. Dos professores que pelas mais diversas formas e vezes se manifestaram por todo o país. E sobretudo dos professores — cerca de 40 mil — que resistiram e não entregaram os desconchavados "objectivos individuais". Foi sobretudo em torno deles que se manteve acesa a denúncia de um processo perverso e profundamente injusto.
Os sindicatos saem deste processo com a sua imagem e o seu prestígio muito reforçados. Mostraram inteligência táctica e estratégica, mostraram a sua ligação real aos professores e educadores, mostraram um apurado sentido de responsabilidade. É também por isso que a sua tarefa é agora ainda mais importante e mais difícil. A construção de um modelo de avaliação que seja aceitável pelos docentes exige que eles sejam envolvidos na sua construção. O projecto da FENPROF, tão desdenhado por Lurdes Rodrigues (será que o leu?), é uma excelente base de trabalho e merece ser discutido aprofundadamente pela classe docente. Mas é necessário ter sempre presente que a avaliação de desempenho é apenas uma parte do processo de revisão do Estatuto da Carreira Docente e que essa é a "discussão" mais dura. Os professores têm que se envolver na construção destas decisões através dos seus sindicatos representativos. Há razões para acreditar que, com determinação e lucidez, vai ser possível dar novo alento à profissão docente e à escola pública. Vamos a isso.

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