Vários órgãos de comunicação social noticiam hoje que a justiça norte-americana resolveu absolver 5 cidadãos do seu pais, funcionários de uma empresa americana que trabalhava no Iraque para o Departamento de Estado. Eram acusados de ter disparado e morto pelo menos 14 civis iraquianos quando faziam escolta a um comboio diplomático norte-americano, sem terem sofrido qualquer ataque ou provocação. Morte a “sangue-frio”, como se costuma dizer. Segundo o Público de hoje, um dos acusados declarou que os matou porque queria fazê-los pagar pelo 11 de Setembro (mesmo que o Iraque estivesse envolvido nesse acto de terrorismo, e parece não estar, este comportamento seria bárbaro). O juiz resolveu absolvê-los considerando que “as declarações de culpa foram obtidas sob coacção”. Que coacção? “A ameaça da perda do emprego.” Se tivermos presente as torturas praticadas pelos americanos em Abu Grahib, se pensarmos no que se passou na base de Guantánamo e nas prisões clandestinas que a CIA espalhou por todo o mundo, arrepia-nos tamanho cinismo. A lei dos impérios é clara: nós podemos fazer aos outros o que não admitiremos que eles nos façam a nós. A “lei” tem a marca do poder. Nada de muito novo: os Estados Unidos já tinham recusado que os seus cidadãos fossem julgados no Tribunal Internacional de Haia. Esta é mais uma machadada no prestígio internacional dos Estados Unidos. Ficamos à espera da inevitável retaliação iraquiana – não do seu governo, mas dos grupos terroristas que a invasão americano fez proliferar. Começa mal o ano de 2010.
sábado, 2 de janeiro de 2010
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