quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

COISAS IMPORTANTES NA EDUCAÇÃO – O HORÁRIO E CONDIÇÕES DE TRABALHO DOS PROFESSORES E EDUCADORES

Inicia-se hoje uma segunda parte do desfazer das barbaridades impostas pela equipa Lurdes Rodrigues/Valter Lemos à escola pública portuguesa. Tomando como exemplo alguns casos, infelizmente reais, de docentes incumpridores, lançarem esses responsáveis políticos uma série de mentiras para gáudio da “opinião pública”: que os professores faltavam muito – os números apontavam precisamente para o contrário! –, que tinham um horário de trabalho semanal de 22 horas ou menos (confundindo o trabalho dos docentes com a sua carga lectiva – nesse sentido absurdo poder-se-ia dizer que os professores do ensino superior trabalham 6 ou 9 horas por semana), entre outras aleivosias. Como grande disciplinadora, “toca de amarrar” os professores à escola. Surgiram as célebres “aulas de substituição”, com as quais se puseram professores à frente de alunos que não conheciam e que não estavam nada interessados em o conhecer, i.e, numa relação pedagógica inexistente e causa de enorme pressão e sofrimento para todos; obrigaram-se os docentes a estar horas a fio em salas sem condições de trabalho em serviço de “apoio à gestão” i.e, “pau para toda a obra”, multiplicaram-se burocracias e intermináveis reuniões por tudo e por nada. O resultado está à vista: os professores mais velhos, incapazes de responder a este massacre, correram para a aposentação; os que até então trabalhavam com gosto sem contarem as horas que gratuitamente davam às escolas, desesperaram; enfim, os que já trabalhavam pouco continuaram a trabalhar pouco. A escola tornou-se um inferno para os docentes, sobretudo para os melhores docentes; a qualidade das aulas, por melhor boa vontade que se tenha, degradou-se por absoluta falta de tempo para as preparar.
É isto que a partir de hoje vamos tentar mudar. Não no sentido de não trabalhar nem sequer de trabalhar menos. Mas com o objectivo de nos deixarem ser professores e educadores e não nos tornarem em “vigilantes de crianças” ou em “mestres da burocracia”. Que se façam as reuniões estritamente necessárias e só essas. Que nos dêem tempo para estudar e nos actualizarmos. Que nos dêem tempo para trabalhar e acompanhar os nossos alunos. Que nos tratem como professores.
Não vai ser fácil. Mas os professores e as escolas merecem que se altere o actual estado de coisas.

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