Não é o mar, não é o vento , é o sol que dói da cintura aos sapatos. Sol de fins de Julho, ou de Agosto a prumo: finas agulhas de aço. É o sol destes dias, aceso na folhagem. Bebendo a minha água colado à minha pele. É doutro território, doutro areal. Tem outros ritmos, outros modos, outros vagares para roer a cal, morde-me os olhos. Até quando cega canta ao arder.
Não é o mar, não é o vento , é o sol
ResponderEliminarque dói da cintura aos sapatos.
Sol de fins de Julho,
ou de Agosto a prumo: finas
agulhas de aço.
É o sol destes dias, aceso
na folhagem.
Bebendo a minha água
colado à minha pele.
É doutro território, doutro areal.
Tem outros ritmos, outros modos,
outros vagares para roer
a cal, morde-me os olhos.
Até quando cega canta ao arder.
Eugénio de Andrade