sábado, 23 de janeiro de 2010

PROFESSORES PORTUGUESES TÊM DOS HORÁRIOS MAIS SOBRECARREGADOS E SÃO DOS QUE TRABALHAM MAIS HORAS EM CASA


Estudo do OCDE repõe a verdade
O relatório “Education at a glance 2009” torna claro que os docentes portugueses estão entre os que dão mais tempo de aulas e permanecem mais tempo na escola. E, como se isso não chegasse, estão também entre os que mais trabalham em casa. O relatório indica também que o ano lectivo em Portugal é mais curto do que o da média da UE e OCDE. Creio que isso fica a dever-se ao facto talvez muito útil do ponto de vista administrativo mas pedagogicamente sem sentido que são os exames nacionais. Note-se que durante o período dos exames boa parte dos docentes se mantém a trabalhar ”em bom ritmo” nas escolas.
Parece também evidente que não há relação positiva entre o tempo que se ocupa nas escolas e a qualidade das aprendizagens: aí continuamos na cauda da Europa (não só da União Europeia).
Caem assim por terra as idiotices que tantos encartados comentadores foram vociferando contra os horários dos docentes portugueses na sua ânsia canina de apoiarem a célebre Lurdes Rodrigues. E ganham novo alento as negociações em curso sobre esta matéria entre a nova equipa do Ministério da Educação e os sindicatos. E para que se ponha termo à escravatura a que muitos dos docentes estão sujeitos não são precisas muitas medidas! Aqui ficam algumas propostas: 

 - não se registe no horário semanal dos professores/educadores a componente não lectiva – de facto, registá-la só atrapalha: a maior parte das horas estamos lá sem nada para fazer e nem o tempo conseguimos aproveitar porque não há condições físicas para isso.

- substituam-se as inúteis “aulas de substituição” por actividades devidamente estruturadas que interessem aos alunos (manda a verdade que se diga que, ao contrário do que se tem insinuado, os professores faltam pouco).

- haja bom senso no número de turmas e programas diferentes a inscrever no horário dos professores, incluindo aqui os contratados, que são quem costuma ficar com os piores horários.

- não se criem falsidades: todo o trabalho directo com alunos é trabalho lectivo.

- respeite-se o que está no Estatuto: a formação contínua deve ser feita nas horas da componente não lectiva. Quando for feita fora das horas de trabalho ou ao fim de semana deve dar origem a dispensa das horas de componente não lectiva correspondentes.

- limite-se corajosamente o número e a duração das reuniões – duvido que haja algum país em que as escolas façam maior número de reuniões do que em Portugal – quase todas perfeitamente inúteis!

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