segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

VIVA O EVO MORALES!

Evo Morales foi reeleito presidente da Bolívia com  margem confortável: mais de 60% dos votos. Tal facto, agradável, não mereceria qualquer comentário se não tivesse lido em alguma comunicação social portuguesa (de domingo, antecipando o provável resultado) que essa vitória se devia ao seu populismo. Entendendo-se por populismo a decisão e a prática do seu anterior mandato: afectar parte das receitas do petróleo a benefícios sociais, à saúde e à educação da parte mais pobre do seu povo, que, por isso mesmo, voltaria a votar em Evo Morales. Argumentam os sábios economistas que esse não é o caminho justo para o desenvolvimento do país, esquecendo-se dos resultados do "outro" caminho, porventura o "justo": a afectação das receitas do petróleo aos grandes oligarcas internos e das empresas multinacionais reduzindo o povo a uma miséria extrema. Se o populismo é a defesa dos interesses do povo, viva esse populismo — o do Evo Morales. Ficamos porém  a temer que esses mesmos interesses oligárquicos estejam desde já a procurar pretextos para um golpe de estado, tipo Honduras, face ao qual se chorarão internacionalmente lágrimas de inconfessável regozijo.

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