Fez ontem um ano que Israel desencadeou contra a população de Gaza o massacre conhecido pela operação “Chumbo fundido”, transformando a vida dos palestinianos daquele território num inferno. Israel transformou Gaza num campo de concentração com um bloqueio quase total e com a construção de muros inviabilizando a vida normal de quem vive em Gaza. A construção de colonatos avança. Há um povo praticamente a ser aniquilado. E só por desfaçatez se pode invocar o direito de autodefesa por parte de Israel: argumentar com os “rockets” que o Hamas lançou sobre Israel é o mesmo que justificar o uso de metralhadoras por parte de policias atacados com batatas…
De nada disto se falou na RTP 1. De nada disto se falou no Público. Não sei se este aniversário mereceu referência significativa nos grandes órgãos da comunicação social. Mas mereceu uma concentração de protesto junto da embaixada de Israel (aí vi uma repórter da Antena 1). Éramos poucos. Talvez uma centena. Poucos de facto, mesmo atendendo à época natalícia pouco convidativa a este tipo de protestos. Éramos poucos. Mas os suficientes para fazer lembrar que ainda há quem não aceite a banalização de crimes contra populações objectivamente indefesas. Voltaremos lá no dia 18 de Janeiro – data “oficial” do fim da operação “Chumbo fundido”. Se a violência injusta e arbitrária ainda o(a) preocupa espero contar com a sua presença.
Nota: Foi brilhante e sustentado o discurso feito por Alain Stoleroff – ele próprio um judeu – nessa concentração. Logo que o receba por via electrónica aqui o colocarei para reflexão de todos.
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