O regresso de Aminatu Haidar ao Sahra Ocidental após 32 dias de greve da fome deve ser motivo de regozijo para os defensores dos direitos humanos. Independentemente da posição que se possa ter quanto à questão do direito do Sahra Ocidental à independência, esta mulher estava a ser punida por um delito de opinião: ela tem direito a defender a independência do seu território e lutar por esse objectivo. Para a sua vitória nesta primeira batalha — Marrocos foi obrigado a aceitar o seu regresso à sua terra natal — foi, obviamente, determinante, a coragem da própria Aminatu ao decidir-se por uma das formas mais radicais e dolorosas de resistência: a greve de fome prolongada. Foi evidentemente eficaz o jogo diplomático. Mas foi também muito importante o cortejo de pequenos actos simbólicos de apoio um pouco por todo o mundo: o apoio dado por muitas pessoas no aeroporto de Lanzarote, as vigílias, as manifestações, o envio de protestos aos embaixadores de Marrocos.
No próximo dia 27 de Dezembro, também se realizarão um pouco por todo o mundo actos "simbólicos" de protesto pela constante agressão de Israel ao povo palestiniano. O dia 27 de Dezembro recorda o início da invasão israelita a Gaza na mesma data do ano passado. Concentrar-nos-emos junto à embaixada de Israel. E a quem argumentar que estes actos simbólicos não servem para nada, lembraremos que foram também eles que possibilitaram a vitória de Aminatu Haidar. A luta pelos direitos humanos é um dever de todos, a ser cumprido por todos de acordo com as condições específicas de cada pessoa. Lá estaremos no dia 27!
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