sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

OS INTERESSES PEDAGÓGICOS EM PRIMEIRO LUGAR

Recebi hoje professores de uma escola situada numa daquelas áreas socialmente difíceis. Queixavam-se os colegas de que o director da escola não estimulava o apreço pelo seu trabalho, realizado em condições difíceis junto de populações carenciadas. Denunciavam a aceitação acrítica por parte da direcção de queixas apresentadas por alguns pais, admitindo o director desde logo que eles teriam toda a razão, desconsiderando o professor que, apesar de já ter largos anos de serviço, continua como contratado. A ele lhe impuseram a assistência a aulas – sem sequer o informarem dos motivos de tal decisão. Aos contratados, ameaça-se que, se não requererem aulas assistidas não serão reconduzidos – numa clara violação da lei. E, diziam-me os colegas, assim se vai deteriorando o ambiente da escola e desincentivando todo o nosso esforço.
E, pensei eu, ainda não está em vigor em cada uma das escolas um modelo de avaliação que ameaça – se nada for alterado – ter de distinguir entre um professo classificados com 6,8 de um com 6,9… Que o ME, não tenha o bom senso pedagógico de antever o caos que vai criar é deveras lamentável; que sejam os próprios directores a incentivar um clima de conflito nas suas escolas parece absurdo. Ou talvez não se admitirmos que, pelos vistos, as questões pedagógicas cederam o passo ao autoritarismo nem sempre competente.  

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