A pergunta inicial e essencial – há ou não um plano urdido pelo governo para domesticar a comunicação social – parece ter dado primazia a uma outra: há ou não vantagem política em que a verdade se manifeste? E quando? Ou por outras palavras: interessa ao PS aproveitar este “conflito” para provocar eleições antecipadas? Interessa ao PSD que uma eventual responsabilidade do PS neste processo se patenteie num momento em que a sua liderança interna está em discussão? Interessa a Cavaco uma crise governativa? Em função dos interesses e da força relativa de cada uma das partes, assim teremos “a verdade” – a cada um a sua – e o tempo em que ela será patenteada.
A mim, muito francamente, não me interessa que este governo caia para dar lugar a um executivo do PSD ou a uma maioria absoluta deste PS. Porém, isso não deve impedir que a verdade se apure – e se condene o PS e Sócrates se houver que os condenar. Ou se condene o PSD e Cavaco por terem criado um “caso” realmente inexistente. Interessa-me sobretudo que se ataque o desemprego e a degradação económica e social em que vamos alegremente mergulhando – com maior ou menor liberdade de imprensa (no fim de contas, são sempre os poderes económicos que controlam a comunicação social e dela se servem para os seus particulares interesses).
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