Todos os dias chegam ao sindicato, presencialmente por mail ou por telefone, descrições e problemas suscitados pela enorme trapalhada e abominável fraude que foi o processo avaliativo engendrado por Maria de Lurdes Rodrigues e aplicado no ano lectivo de 2008/2009. Agora são as consequências dos arredondamentos automáticos da plataforma informática do ME. Há escolas que a usaram e outras que a não usaram – nada obrigava a usá-la. A sua utilização faz subir as classificações dos professores. Daí que alguns docentes, insatisfeitos com a sua classificação, nas escolas que a não tinham usado, tenham reclamado obrigando à sua utilização. Resultado: uns, “arredondados”, passaram de Bom para Muito Bom e de Muito Bom para Excelente. Mas como há “quotas” para estas menções, outros tantos que eram excelentes baixaram para muito bons e outros de muito bons para bons. Tudo isto não por qualquer acto pedagógico ou educacional, mas apenas por via dos arredondamentos!
Tudo isto é uma vergonha. Até porque se houve ano em que de facto nada de sério se avaliou foi o de 2008/2009.
Entristece-me que o ME não tenha o corajoso bom senso de decidir ignorar as classificações atribuídas nesse “ciclo avaliativo” que de justo nada teve. As injustiças que a sua manutenção provoca são incomensuravelmente maiores do que as putativas injustiças que resultariam da sua anulação.
Entristece-me que haja professores que usem estes estratagemas – os arredondamentos – para melhorar a sua nota, contrariando a maior parte das vezes decisões tomadas pelos órgãos das escolas, incluindo Assembleias Gerais de Professores.
Entristece-me que haja quem não entenda que ter Muito Bom ou Excelente num processo destes nada significa do ponto de vista da qualidade. Em alguns casos que conheço não só não dignifica – envergonha.
PS. Ainda há quem teça loas a Lurdes Rodrigues pelo modelo de avaliação que impôs?
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