domingo, 24 de outubro de 2010

DISCRIMINAÇÃO ENTRE IGREJAS: UM PERIGOSO RETROCESSO EM MARCHA?

Quem leu em pormenor a proposta de Orçamento de Estado (o que não é o meu caso) alerta para a intenção do governo de retirar os benefícios fiscais até agora concedidos às igrejas, com excepção da igreja católica, que continuaria a beneficiar de tais privilégios. A ser assim, estaríamos a considerar o a igreja católica como a "igreja do Estado", retrocedendo na separação entre as duas instituições que lentamente fomos historicamente construindo. É certo que pelo ministério da Educação já passou uma secretária de Estado, a doutora (!) Mariana Cascais que não teve pejo em definir o catolicismo como religião oficial do estado português, mas isso faz parte das alarvidades que têm passado pela 5 de Outubro.
A discriminação "positiva" que beneficiaria a igreja católica não tem qualquer sentido. Assente numa mentira que o senso comum aceita como verdade: que a igreja católica se dedica sobretudo à protecção dos mais pobres e dos mais fracos. Bem pelo contrário, foi sempre — e continua a ser — a protecção dos mais poderosos que esteve no cerne da sua actividade.

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