sexta-feira, 30 de abril de 2010

NA VÉSPERA DO 1º DE MAIO: UMA SOCIEDADE SEM SINDICATOS É UMA SOCIEDADE DO PASSADO!

O que é moda é considerar, ora com ar condescendente ou em tom agressivo, que os sindicatos são, hoje em dia, forças conservadoras, forças do passado. Os mais condescendentes até aceitam que tenham tido a sua importância, mas isso foi lá para o século XIX. Não cessam por isso de (n)os atacar. Ataca-nos o (actual) governo, apesar de formalmente ser do PS, reduzindo-nos de forma bruta e irracional os créditos para o trabalho sindical (o SPGL foi o mais visado na legislação publicada em 2009 – e não é difícil perceber porquê). Ataca-nos a sr.ª jornalista Helena Matos, no Público, considerando que o governo ainda nos devia reduzir mais os créditos (eventualmente até zero), usando aliás a estratégia das meias verdades, mais venenosas que assumidas mentiras (ética deontológica também deve ser para ela coisa do passado). Escreve a sr.ª, num artigo contra a FENPROF, que em 2008 havia milhares de professores destacados para trabalho sindical. Esqueceu-se de escrever que, desses milhares, os sindicatos da FENPROF – de longe os mais representativos – tinham uma pequena parte e que nos últimos anos houve uma fortíssima redução, medida apoiada em 2008 e 2009 pela FENPROF… 
Atacam-nos os ideólogos do pensamento único disseminando loas infundadas ao individualismo, à iniciativa individual, ao “salve-se quem puder”.  Ataca-nos a direita porque insistimos em recusar o regresso ao tempo do trabalho sem direitos. Ataca-nos alguma esquerda porque não nos deixamos enlear no canto de sereia da bondade das medidas do governo contra os trabalhadores. Atacam-nos os vociferadores da “revolução já” .
A todos estes temos de dizer que estamos vivos. Dizemos-lhes que uma sociedade sem sindicatos (ou com sindicatos “ a fingir”) é uma sociedade do passado, mesmo que o tempo a coloque em 2010. Dizemos-lhes que temos força – e para isso temos de fazer um grande 1º de Maio. Vamos a isso! 

1 comentário:

  1. ...mas "eles" gostam de sindicatos. Gostam sim.
    Gostam de sindicatos dóceis, daqueles que só servem para assinar as miseráveis tabelas salariais.
    Gostam de sindicatos que se preocupem mais em não aborrecer o patrão do que em defender os trabalhadores.
    Gostam de sindicatos que não sejam reivindicativos, não vá a empresa encerrar devido às suas exigências…
    Gostam de sindicatos que digam aos trabalhadores que mais vale ganhar pouco do que não ganhar nada, enquanto o patrão lucra milhões.
    Gostam de sindicatos cujos dirigentes bebam champanhe com o Primeiro-ministro, dias depois de terem quebrado a promessa de que apoiariam uma greve geral.
    “Eles” gostam de sindicatos sim, desde que estes sejam “amarelos”…

    ResponderEliminar