quinta-feira, 29 de abril de 2010

BRINCANDO COM COISAS SÉRIAS

Entre 1974 e 1976 a direita portuguesa (e internacional) acenou com o perigo comunista – os comunistas preparariam o assalto ao poder. Para combater tamanho perigo, artilhou-se a direita de todas as armas: Spínola liderou uma revolta de opereta. O MDLP pôs umas bombas, a CIA encarregou-se do resto. O perigo, real ou não, foi afastado: uma direita e alguma esquerda tomaram conta do poder do Estado.
Em 2010 uma certa direita – a dos especuladores financeiros internacionais – ataca não já apenas o poder político mas a própria nação, tentando arrastá-la para a bancarrota. São subtis: não usam bombas nem espingardas. Usam a arma do dinheiro. Invocam a sagrada lei do mercado: apertam ainda mais o garrote a quem atravessa dificuldades. 
Mas a esquerda não tem a capacidade de resposta que a direita teve em 1974/1976. De resto, é sempre assim. A esquerda protestará, invocará as injustiças, denunciará que os mais prejudicados serão sempre os menos (ou nada) culpados: os trabalhadores. 
O capitalismo está no seu melhor – no reino da barbárie. O socialismo ainda existe? 

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