segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

AINDA O BPN PORQUE A MEMÓRIA É CURTA

Segundo o Público de 20 de Dezembro, o “Governo injecta 500 milhões no BPN…”. Mais 500 milhões de euros a acrescentar aos 4,8 milhões já “injectados”. E quanto ao futuro, tudo indica que não haverá outra saída senão tornar o BPN – falido – num banco público, medida que tem uma única nota positiva: a de manter os postos de trabalho – 1800 segundo o mesmo jornal.
Convém recordar que esta “bancarrota” foi provocada por “grandes empreendedores” que mereceram altos cargos políticos e governamentais. Os mais conhecidos são Oliveira e Costa, secretário de Estado para os Assuntos Fiscais no Governo de Cavaco Silva (1985-1991) e Dias Loureiro, ministro dos Assuntos Parlamentares e posteriormente ministro da Administração Interna também nos governos de Cavaco Silva e que o actual presidente indicou para o Conselho de Estado. Mas outros cavaquistas de gema passaram pela direcção do BPN…
Na melhor das hipóteses, estes senhores primaram pela incompetência – e assim é difícil justificar a sua escolha para os cargos políticos que desempenharam. Mas creio que é mais realista admitir que estamos perante gente muito competente na técnica da fraude económica, na fuga aos impostos e branqueamento de capitais. Talvez isso explique as altas funções políticas e governamentais que Cavaco Silva lhes atribuiu.
Que sejamos obrigados, nós, os contribuintes, a pagar os crimes desta gente parece ser da lógica do sistema; a calarmo-nos é que ninguém nos obriga.
Dir-me-ão que nada disto é novo. É verdade. Mas convém ir relembrando, porque daqui a pouco estes senhores voltarão a ser apresentados como grandes investidores, plenos de inovação e criatividade e com uma pequena parte do que nos roubaram até poderão criar fundações para ajudar os pobrezinhos…

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