terça-feira, 4 de maio de 2010

SUA SANTIDADE

De entre os títulos honoríficos que mais me intrigam é o de Sua Santidade atribuído aos Papas, como se a Santidade (a exigência de um máximo rigor moral, humano, de justiça, etc) se adquirisse pelo exercício de um cargo. Além de que a história do papado aconselharia a uma maior humildade. Tempos houve (sec XIV-XV) em que, por excesso de santidade, coexistiram duas e até três santidades excomungando-se mutuamente. Não consta que o mundo tenha ganho nada com a multiplicação de suas santidades. Também não consta que uns tantos criminosos e dissolutos que se fizeram papas se distingam pela sua santidade. Meros exemplos: Sua santidade Inocêncio VIII criou um cardeal (seu filho?) com 13 anos. Mais requintado ainda, sua santidade Alexandre vi comprou o papado a peso de ouro, tinha filhos que nunca mais acabavam e mandou queimar quem lhe dizia essas (e outras) verdades — o Savonarola. Poderíamos  também falar de uns criminosos que deram pelo nome de suas santidades Júlio II, Leão X… e que tal sua santidade Pio XII, cuja cumplicidade com os nazis continua por desmentir?
Não quero com isto dizer que Ratzinger seja comparável a estas santidades. Mas francamente… não seria mais honesto chamar-lhe apenas bispo de Roma? ou Papa, se quiserem?

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