quarta-feira, 12 de maio de 2010

HAJA DEUS!

No meio desta profana e alienante azáfama que tem sido o espectáculo da visita do sr. Ratzinger, também conhecido por Papa Bento XVI, três pequenas notas:

1. Estranha é a mensagem espalhada por Lisboa segundo a qual o Pai ensinou tudo a não sei quem. Ensinou a escutar, a partilhar, a acreditar, a amar etc. ... O Pai ensinou tudo, a Mãe pelos vistos não ensinou nada… Num país que se gaba de ter um famoso santuário mariano chamado Fátima, a mensagem parece deslocada. Eu cá, se fosse à Maria Virgem ficava furiosa e não voltava a aparecer a ninguém!

2. Mesmo um inveterado ateu - e eu ateu honradamente me confesso - tem respeito pelo valor do sagrado e religioso a que legitimamente outros aderem. Agora que esse sagrado seja acoplado ao campeonato do futebol - aos clubes poderosos(Benfica, Sporting) como convém - parece-me um ultraje ao próprio valor do sagrado! Entregar ao papa uma camisola do Benfica com o nome Bento e o número XVI só por mera troça do papa. Houve um Bento no Benfica, mas esse era um guarda redes e tinha o número 1 - presumo eu. Este episódio seria hilariante se não fosse lamentável.

3. Li e presumo pois que é verdade que as primeiras palavras do sr. Ratzinger em Portugal foram uma citação do cardeal Cerejeira. Como não acredito que seja um acto de ignorância, esta atitude só pode ser entendida como um arrogância inútil do visitante. Seria o mesmo que o cardeal Policarpo citar Franco logo que chegasse ao aeroporto de Madrid ou Estaline no aeroporto de Moscovo. Estou a exagerar? Talvez. Mas a diferença entre estes actos seria apenas de grau, não de natureza. Os católicos portugueses não mereciam esta afronta do seu chefe religioso.

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