quarta-feira, 21 de julho de 2010

A MISSÃO DA UNIVERSIDADE, SEGUNDO SANTANA CASTILHO

Na sua crónica “A efeméride dominante”, no Público de 21 de Julho, Santana Castilho escreve: "(…) A missão da Universidade é a transmissão do conhecimento às novas gerações, o desenvolvimento desse conhecimento através da investigação científica e a preservação do património intelectual e científico colectivo. Mas, ultimamente, os sistemas político e económico passaram a exigir-lhe uma investigação aplicada que dê resultados imediatos no sistema produtivo e uma actividade de ensino que actue no 'capital humano' em subordinação à mesma lógica imediatista e produtiva (é esse o desígnio mascarado de Bolonha). Esta situação está a gerar uma adulteração da missão atrás citada. Estão a criar-se situações de dependência da universidade de mecanismos de mercado, de subserviência a lógicas empresariais, numa palavra, de domesticação da tradicional independência científica e cultural da Universidade, com consequente alienação da actividade pedagógica dos seus docentes, absorvidos pelas respostas de sobrevivência a uma autêntica indústria de financiamento.”
O texto continua desenvolvendo a ideia de que o poder tem reduzido o financiamento das Universidades e de que, ao mesmo tempo que incentiva a admissão de mais alunos, não cuida do número de professores necessários nem da qualidade da sua formação.
Vale a pena discutir Santana Castilho. Ninguém o pode acusar de falta de ideias ou de menor clareza na sua exposição. Por mim, acho este diagnóstico muito certeiro.

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