sexta-feira, 19 de março de 2010

A VIOLÊNCIA ESCOLAR SEGUNDO SANTANA CASTILHO

A questão da violência nas escolas continua a ser tema de debate. Santana Castilho, num texto de análise incisiva, tenta apurar (algumas) causas para o que denomina “violência diária, grave e sistemática nas escolas portuguesas”. Entre essas causas aponta medidas tomadas pelo Ministério da Educação anterior, e que neste têm continuidade. Não sei se terá toda a razão. Mas merece que meditemos no que ele escreveu na sua crónica no Público do dia 17 deste mês. Aqui fica um excerto desse texto, cuja leitura integral se recomenda:

“(…) Temos hoje milhares de pequenos emigrantes do quotidiano, que andam dezenas de quilómetros para ir à escola. São as vítimas do encerramento compulsivo das 4000 pequenas escolas das suas aldeias. Juntam-se a outros milhares de crianças nacionalizadas em nome dum estranho conceito de “escola a tempo inteiro”. Todas juntas, constituem uma espécie de órfãos de pais trabalhadores, com quem pouco estão. É preciso debater o papel que este sequestro e este desenraizamento podem jogar no comportamento destas crianças. 
A antecessora de Isabel Alçada aumentou o tempo de permanência dos alunos na escola, arregimentou mais 20.000 para o logro do ensino profissional e, qual Luis de Matos de saias (aliás já acompanhada pela actual ministra), anunciou ao país que o prolongamento da escolaridade obrigatória para os 12 anos não vai requerer mais professores. Presumo que tão pouco vai requerer mais funcionários que, tudo visto, foram reduzidos em cerca de 20 por cento nos últimos 4 anos. Ser-me-á lícito sugerir que esta falta de vigilância e de coadjuvação ao trabalho dos professores favorece a indisciplina e as agressões em análise?”

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