Hoje escrevo sobre o artigo de Miguel Gaspar, publicado no Público de 16 de Março, sob o título “E se falássemos um pouco de bullying? cuja leitura recomendo.
Retomando as suas palavras: “precisamos de reencontrar um caminho para a (a escola) humanizar outra vez. Fácil de dizer”.
Humanizar a escola é antes de mais dar-lhe um sentido que a justifique. E esse sentido só pode ser o de (voltar a) considerá-la como um inestimável local de trabalho.
O Luís C.V. suicidou-se porque não o “deixavam” trabalhar na sua escola. Não o deixavam trabalhar os alunos (certamente apenas alguns, mas todos os professores sabem por experiência própria que bastam “poucos” para tramar toda uma turma).
Não o deixavam trabalhar, por manifesta falta de apoio, os colegas e a direcção da escola. Não o deixavam trabalhar os encarregados de educação que aceitam como “natural” que os seus filhos criem a indisciplina, a violência, o desinteresse pelo trabalho na escola.
Luís C.V. suicidou-se. Boa parte dos melhores professores corre a aposentar-se “voluntariamente” de forma “forçada”, não só pelas “malfeitorias” dos governos, mas também por reconhecer que é muito difícil trabalhar em muitas das nossas escolas.
Começam a evidenciar-se as consequências da atitude irresponsável da equipa de Maria de Lurdes Rodrigues.
Dramatizar a situação é tão perigoso como “escondê-la” e fingir que nada se está a passar.
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