domingo, 2 de janeiro de 2011

A PROPÓSITO DA MORTE DE ARNALDO MESQUITA

Não conheci pessoalmente Arnaldo Mesquita, mas sempre senti uma profunda admiração por estes advogados que tentavam o impossível: argumentar com a lei e com a justiça perante juízes telecomandados pelo poder fascista, juízes para quem a lei e a justiça eram empecilhos a ultrapassar. Eu próprio tive o apoio de um deles — o saudoso Manuel Palma Carlos.
Mas o que leva a escrevinhar esta nota é interrogar-me sobre o que aconteceu a esses "imparciais" juízes, cuja única lei era a vontade da PIDE. Tal como os PIDES terão sido tratados com a romântica benevolência da Revolução de 25 de Abril. Terão sido luxuosamente aposentados? Alguma medalha pelos altos serviços prestados à Nação? Alguma cátedra?
Não se trata de vingança. É que a médio prazo, a benevolência do momento torna-se num espinho na nossa memória histórica.

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