sexta-feira, 13 de agosto de 2010

ALGUÉM PERGUNTOU AOS PAIS? AOS PROFESSORES? À COMUNIDADE? ÀS AUTARQUIAS?

É necessário reconhecer que mesmo de quem normalmente se discorda pode ter razão em muito do que escreve. Raramente estou de acordo com o que é escrito pelos responsáveis do FLE – Fórum para a Liberdade de Educação. Mas reconheço que as questões levantadas no texto que Nuno Lobo (FLE) publicou no Público do dia 13 de Agosto são muito pertinentes e merecem uma discussão desapaixonada. Nomeadamente quando escreve: “Alguém perguntou aos pais se consideram bom para a educação dos seus filhos sacrificar as vantagens da proximidade e a intensa cooperação com o professor de uma pequena escola, por troca com refeitórios, salas de informática, bibliotecas e espaços para a prática desportiva e de enriquecimento curricular, oferecidos pelos centros escolares de maior dimensão, tantas vezes exigindo aos filhos, com idades compreendidas entre os 6 e os 9 anos, estarem sentados dentro de um autocarro a percorrer diariamente dezenas de quilómetros em estradas do interior? Alguém perguntou aos pais se estão dispostos a abdicar de preparar os filhos para a vida adulta numa pequena comunidade, por troca com uma educação massificada em comunidades onde as relações são ténues e distantes? E os professores? Alguém lhes perguntou onde eles consideram haver melhores condições para ajudar aquelas crianças a crescer como cidadãos livres, responsáveis e felizes? Alguém sabe as respostas correctas para estas perguntas relativamente a todas as crianças, todos os pais, todos os professores, em todas as terras de Portugal? (…) “É imperativo inverter a desconfiança habitual que o Estado revela na sua relação com os pais, com os professores, com as associações e as autarquias locais e partir para uma relação de confiança (…).”

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