sábado, 14 de abril de 2012

SALÁRIOS: COM UM BOCADINHO MAIS DE ESFORÇO AINDA APANHAMOS OS AFRICANOS…


Não é novidade dizer que uma das técnicas discursivas do atual governo, e dos neoliberais em geral, é “embrulhar” em termos diáfanos realidades bem cruas de modo a torná-las aceitáveis. Assim, o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, afirma que “a flexibilidade tácita dos salários” está a aumentar a competitividade das empresas. Claro que “flexibilidade tácita” significa apenas a quebra acentuada desses salários, conseguida pela estagnação ou por cortes. O que se traduz no aumento vertiginoso dos portugueses que ganham o salário mínimo e dos que estão no limiar da pobreza, mesmo tendo um emprego.
Ou seja: a “flexibilidade tácita dos salários” afasta-nos cada vez mais dos padrões europeus; estamos quase aptos a concorrer com os sul-americanos e os asiáticos. E com um bocadinho mais de esforço acabaremos por concorrer com os africanos.

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