segunda-feira, 23 de abril de 2012

OS AVISOS QUE VÊM DE FRANÇA



1. A extrema-direita, um pouco por toda a Europa, vai crescendo com a crise económica e social: o desemprego, os baixos salários, a descrença no futuro. Depois dos seus avanços eleitorais na Finlândia, Holanda, Bélgica, a acrescentar à Itália e à sua real implantação nos ex-soviéticos, não é de espantar a votação de Marine Le Pen. Não é de estranhar, mas é de ficar preocupado. Se a Frente Nacional confirmar nas eleições legislativas, que se vão realizar muito em breve, esta votação (e há quem admita que possa mesmo aumentar!) a situação na França e por arrastamento na Europa fica muito sombria. Ou se resolve a situação económica ou estaremos a dar largos passos para um “fascismo com novo rosto” que, se for necessário, retomará o “velho”.

Reflexão obrigatória: estudos sociológicos garantem (não possuo dados para confirmar nem infirmar) que boa parte dos votantes da “Front National” são transferência direta do PCF e que a FN é atualmente o partido com maior número de militantes operários.

2. Melenchon não atingiu o patamar que as sondagens indicavam. Mesmo assim teve uma boa votação (11%). Há quem defenda que com a sua “Front de gauche” renasceu das cinzas a esquerda à esquerda do PSF. Também aqui só as legislativas poderão confirmar se assim vai ser. Mas vai um aplauso para a capacidade da esquerda se estar a unir e a entender. O contrário do que se passa entre nós. Pode ser que o exemplo francês frutifique também entre nós.

3. A Europa precisa que Hollande ganhe. É que, contrariamente ao que alguns apregoam entre nós, a “direita socialista” não é igual á outra direita e à extrema direita… (Traduzo: é uma estupidez agir como se o PS – apesar dos seus graves desvios de direita- fosse igual ao PSD e ao CDS…)



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