segunda-feira, 18 de abril de 2011

QUEM TEM “MÉRITO” NÃO PAGA A CRISE!

Deveria ser óbvio que, se é verdade que vivemos “acima das nossas possibilidades” e daí resultou a nossa crise, fossem os que viveram “acima das suas possibilidades” os que sofressem os efeitos da crise. Os meritocratas logo se encarregaram de equacionar a solução: como para combater a crise se pretendem reduzir os subsídios de desemprego e de inserção social, deverá concluir-se que foram os desempregados e os que não têm qualquer rendimento que viveram “acima das suas possibilidades.” E como se cortaram ou diminuíram os abonos de família, os bebés e as crianças também têm andado a viver acima das suas possibilidades; e os trabalhadores da Administração Pública também e por isso lhes cortaram parte do seu salário… Quem de certeza não viveu “acima das suas possibilidades” foram os Mexias da EDP e similares que receberam milhões pela sua boa gestão (mesmo que as empresas se afoguem em dívidas), nem o Vara, que até se “despediu” mas continuou a receber o “cacau” do BCP, nem o patriota Dias Loureiro que nos obrigou a todos nós a pagar as trafulhices do BPN e goza, ao que se diz, dos seus rendimentos lá para Cabo Verde. Nem viveu acima das suas possibilidades o Vítor Constâncio que, ao que se dizia, ganhava mais que o seu congénere alemão; como não viviam acima das suas possibilidades os que acumulavam pensões só por estarem uns meses à frente do Banco de Portugal; obviamente, estes e outros ilustres da Nação nunca viveram acima das suas possibilidades porque tudo lhes era devido pelo seu elevado mérito e estrénua dedicação ao bem comum…
Ai revolução, revolução, que falta cá fazes…

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