quinta-feira, 21 de abril de 2011

A ATITUDE DO BE E DO PCP NÃO CONVENCE NINGUÉM

Era bom que o FMI e co. não estivessem cá. Mas estão, não como intrusos ou invasores, mas como “convidados”. Convidados para nos emprestarem dinheiro, de que o pais precisa mesmo. É verdade que a “troika” não vem com espírito de ajudar ou resgatar; mais do que negociar, vem impor condições draconianas e injustas para o empréstimo que somos forçados a pedir. Condições que tornarão os pobres ainda mais pobres e agravarão a situação de quem trabalha. Era preciso que isto – e certamente muito mais – lhe fosse dito pela nossa esquerda parlamentar. Em vez disso, PCP e BE fugiram ao desafio. Poderão argumentar que, nestas condições, nada haveria a esperar da tentativa de negociar com a “troika”. Mas na maioria dos casos, não é essa a situação de muitas intervenções e propostas apresentadas pelo PCP e pelo BE no parlamento? E nas reivindicações expressas nas manifs e nas greves gerais?
O PCP e o BE anseiam por uma revolução socialista. Eu também. Até lá, porém, eles são os melhores representantes dos trabalhadores nas estruturas da sociedade capitalista – e bem selvagem – em que vamos vivendo. A sua “fuga” à troika não foi um sinal de força, mas sim de fraqueza, de inexistência prática.
Saúde-se, por contraste, a posição da CGTP-IN. Foi dizer à “troika” exploradora quais eram as exigências e as propostas dos trabalhadores. E permitiu a Carvalho da Silva a excelente entrevista – de defesa dos direitos de quem trabalha e de quem sofre – na RTP nesse mesmo dia. Carvalho da Silva é cada vez mais a mais séria e fiável referência dos trabalhadores e dos que se reclamam do socialismo.

Sem comentários:

Enviar um comentário