Bem se esforçaram os deputados, mas não conseguiram que Nuno
Crato dissesse qual o número de professores com horário zero (vulgo DACL) que
constavam na plataforma, dado que os diretores de escolas/agrupamentos tiveram
de aí indicar, até 6ª feira passada. Alegava o ministro que esses números eram
transitórios e que apenas falaria quando, em 16 de agosto, tivesse números
definitivos. Argumentação fraquíssima: perante os deputados (e o país) o
ministro deveria indicar os números disponíveis, salientando, se o entendesse ,
que eram provisórios..
Mas a recusa do ministro em cumprir o seu dever para com os
deputados tinha uma causa forte. Perante os números alarmantes que os diretores
tinham lançado na plataforma – boa parte deles também enviados para os
sindicatos da FENPROF -, uma média de 20 por cada escola, o ministro percebeu a
inutilidade do desastre que estava a provocar: manter os critérios que tinha
imposto aos diretores gerava uma situação kafkiana: sujeitava a concurso
professores que, na maioria dos casos, acabariam por ficar na sua própria
escola por não terem vaga em nenhuma outra. Reagindo rapidamente, o MEC tinha
na véspera feito chegar às escolas novas regras, bastante mais flexíveis, com
as quais os diretores passaram a poder construir horários para muitos dos
professores que tinham indicado para DACL. Ainda bem. Mas era mesmo isso que o
ministro deveria ter dito aos deputados…
Claro que boa parte dos diretores respirou de alívio.
Sentimos a angústia que foi para muitos deles dizerem a colegas de 10, 15, 20
anos “olha, tenho de te por a concurso…”.
Os sindicatos da FENPROF (outros estiveram sempre calados)
podem legitimamente dizer que a permanente denúncia da situação que foram
fazendo obrigou o ministério a recuar e a encontrar soluções. Mas para os
sindicatos sobra ainda um gravíssimo problema – a situação dos contratados.
Continuaremos a denunciar a ameaça de desemprego generalizado que paira sobre eles
e exigimos que para eles também seja encontrada uma solução digna. Os
professores continuam em luta, como o diziam os panos pretos com que “nos
despedimos” de uma sessão na Assembleia da República em que as respostas e as
não respostas da equipa do MEC nos deixaram ainda com mais preocupações quanto
ao futuro da educação em Portugal. Entre as não respostas ficou a pergunta:
porque não paga o MEC a compensação por caducidade do contrato aos contratados,
apõe 42 sentenças dos tribunais nesse sentido? Entre as respostas dadas
registe-se o reconhecimento de que o MEC pretende voltar à situação de obrigar
os jovens a escolher desde muito cedo entre a via académica (que ficará
obviamente para os mais ricos…) e a via profissional (para os mais pobres, está claro), num
regresso aos tempos anteriores a 1974.
Uma última nota: vamos exigir que o ministro cumpra o que
anunciou: vinculação extraordinária de contratados ainda este ano…
Olá. Bom dia.
ResponderEliminarIsto de vinculação extraordinária de contratados neste ano, quando nem todos concorrem nas mesmas condições, ou seja, quando alguns são reconduzidos e outros não (muitas vezes por simplesmente terem desaparecido horários), geraria uma iniquidade enorme. Sou, evidentemente, 100% a favor da efectivação dos contratados, aliás, sou um dos que sofrem há mais de 10 anos com o facto de ser um mero contratado. Mas, normalmente e logicamente o momento para efectivar é sempre aquando dos concursos nacionais para todos, só nessa altura é que todos concorrem em igualdade de condições. Bem sabemos que para o governo do Relvas igualdade de condições não é para respeitar, mas esta iniquidade deve ser denunciada, pode gerar enormes injustiças. A vinculação é necessária como o pão para a boca, mas os professores contratados não devem querer obtê-la à custa de uma luta fraticida, com desigualdades e injustiças tremendas, como se os professores fossem inimigos uns dos outros e estivessem dispostos s pisar na cabeça dos colegas que tiveram o azar de ficar numa escola em que o horário desapareceu. Os colegas estão tão centrados na questão de acreditarem ou não da possibilidade de vinculação que NEM REPARAM NA INIQUIDADE que uma vinculação ESTE ano, quando nem todos concorrem nas mesmas condições, geraria! Se fosse para vincular agora e não no próximo ano deveria haver este ano um concurso geral igual para todos, o que não se verifica.
Abraço e felicidades.
J.
Agradeço o alerta. Vou estar muito atento ao que se possa vir a passar. Mas é justo obrigar o ministro a cumprir o que disse.
EliminarProfessor Avelãs, nem parece coisa sua pensar que pode obrigar o (c)RATO a cumprir seja o que for- Quando ele foi para Administrador da TAGUS PARK convidado pelo amigo do peito Cesaltino Morais, mostrou tanta incompetência que foi corrido e a CORJA dei-lhe o lugar de Ministro que já estava prometido ao Professor Santana Carrilho que fazia parte da CORJA, mas foi traído pelo amigo coelho e andou para aí a chorar. Estive ausente na Europa, e muitos casos por aqui se passaram, mas já vi que a besta dos bigodes está totalmente dominada pelo (c)RATO Pobres Professores vitimas desta besta e do da FNE. Cumprimentos
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