sexta-feira, 18 de maio de 2012

O SPGL E A LUTA PELA INDEPENDÊNCIA DE TIMOR



Num momento em que se comemoram 10 anos da independência de Timor e m que as televisões nos apresentam os esforços das gradas figuras políticas que por ela lutaram, sinto necessidade de, em nome do rigor, tornar público que foi o SPGL que primeiro reagiu publicamente ao massacre que sobre o povo timorense desabou na sequência dos resultados do referendo em que os timorenses escolheram com grande clareza a via da independência.
Foi de facto aqui, no SPGL, que um pequeno grupo de pessoas pensou, entre 2 e3 de setembro (de 1999) ser necessário reagir. Em dois ou três dias, o SPGL contactou outros sindicatos, autoridades da igreja, outras organizações e desafiou-as para uma concentração de repúdio pelo comportamento dos indonésios. Escolhemos o espaço em frente da maternidade Alfredo da Costa porque ficava perto do escritório das Nações Unidas em Lisboa – espaço que a princípio admitimos que talvez fosse demasiado grande – e imprimimos no SPGL uns milhares de A5 que fomos distribuir para a Festa do Avante que então decorria. Combinámos que  na concentração falaria o Paulo Sucena (ao tempo presidente do SPGL e secretário-geral da FENPROF), alguém em nome da igreja católica (reconhecendo o papel que Ximenes Belo e a igreja católica estavam a desempenhar na resistência do povo timorense) e alguém da comunidade timorense em Lisboa.
A Adélia Almeida, o Manuel Grilo e eu próprio, num contra-relógio quase impossível, montamos um pequeno palco e preparámos a logística. Esperávamos alguma gente, mas não o que aconteceu. Ficamos todos estupefactos quando à hora marcada vimos chegar uma enorme massa de gente que rapidamente esgotou o recinto e parte da Av. Fontes Pereira de Melo e da Rua Latino Coelho. Chegaram também ministros (tenho presente o ministro Oliveira Martins), deputados, gente grada da nossa política (recordo Bagão Félix, por exemplo)
Foi esse o arranque para um outro encontro já mais organizado e formalizado, também aqui no SPGL (talvez já com a chancela da FENPROF) que organizou as enormes manifestações que se desenrolaram em Lisboa em apoio do povo de Timor.

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