sexta-feira, 9 de março de 2012

À CUSTA DOS “PAPALVOS”


É verdade que levar a julgamento um ex-primeiro-ministro acusado de “negligência política” de que resultaram graves prejuízos para a população, como está a acontecer na Islândia, é tão inédito como perigoso. Mas, apesar dos riscos, é um ato purificador: se a tarefa de um político, em democracia, é servir o povo, que o elege, e ele faz um mau uso do poder que lhe é concedido, provocando a quem o elegeu enormes danos, justo é que preste realmente contas. A questão, contudo, é outra: é necessário que não sejam apenas os políticos a responder como responsáveis pela crise que nos sufoca – eles não foram mais do que os serviçais dos banqueiros e especuladores. Parece que na Islândia também lhes estão a “pedir contas”. Cá pelo nosso burgo, porém, estes continuam impávidos e serenos a passear a  arrogância de quem provocou a crise e se dá ao luxo de ganhar com ela. À custa dos “papalvos”– dirão eles.

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